Este é o Blog da Banda 3D6 de Maringá-PR. Aqui vamos publicar as letras das músicas, poemas, contos, causos e contar um pouquinho das histórias da banda, nossas influências e tudo mais que rola no universo 3D6. Então entre, leia, ouça... fique à vontade. Valeu!

quarta-feira, 26 de outubro de 2011

MAIS UM COUVER

Seguindo com os textos sobre algumas das fantásticas músicas de bandas consagradas que estamos preparando pra complementar o show da 3D6, hoje vou comentar sobre uma música de uma das melhores bandas de todos os tempos: White Room (1968), da banda Cream.


O vídeo apresentado é de um show comemorativo realizado em 2005 com os integrantes originais do Cream, onde eles rememoraram seus sucessos, inclusive White Room.
O Cream foi formado em 1966 pelos três melhores instrumentitas de blues/jazz do Reino Unido na época: Jack Bruce (Baixo), Ginger Baker (Bateria) e Eric Clapton (Guitarra). Os três já eram muito famosos no cenário musical inglês quando a banda foi formada, motivo pelo qual a banda já nasceu sob o status de serem o primeiro supergrupo da história, ou como ficaram conhecidos, o primeiro "Power Trio" do mundo.
Jack Bruce era a voz oficial da banda, mas foi nessa época que Clapton começou a se revelar como cantor.
Eles gravaram, ao todo, quatro disco (Fresh Cream - 1966; Disraeli Gears - 1967; Whees Of Fire - 1968; e Goodbye - final de 1968) que mudaram consideravelmente os parâmetros da música pop da época, influenciando bandas britânicas que estavam começando no final da década de 1960.
White Room foi composta por Pete Brown e Jack Bruce no apartamente de paredes brancas de Brown. Mergulhados nas drogas e no álcool, os dois divagam sobre a "viagem" que fizeram no quarto branco na busca de se libertarem do vício. A letra começa dizendo que "no quarto branco de cortinas pretas, perto da estação" (In the white room with black curtains near the station), "Cavalos prateados correm por raios lunares em seus olhos escuros" (Silver horses run down moonbeams in your dark eyes). Pura piração né?! Mas daí vem uma bela caída melódica onde eles parecem refletir sua condição mundana carregada de ácido: "Eu esperarei neste lugar onde o sol nunca brilha; Espere neste lugar onde as sombras fogem de si mesmas" (I'll wait in this place where the sun never shines; Wait in this place where the shadows run from themselves).
A música tem uma melodia agradável e um arranjo muito bacana (essa é uma das canções onde Clapton utilizou o novo, na época, pedal de wah-wah, e ajudou a popularizá-lo), a 3D6 apenas injeta uma carga a mais de energia pra deixar a música nos padrões das outras canções "mais fortes" que já fazemos, o que não é nada complicado, visto que White Room é uma música fantástica e com uma vitalidade inerente. No show da 3D6 vcs verão o resultado.

Valeu!

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

ERIC CLAPTON em São Paulo - 12/10/2011


Fiquei maluco quando fiquei sabendo que Eric Clapton iria tocar aqui no Brasil! Imediatamente fui atrás de saber onde, quando e quanto seria pra ver o show. Depois de uma longa espera e alguns adiamentos, finalmente consegui comprar o ingresso. Eu teria comprado um pouco mais perto do palco, mas meu amigo Rato (que iria comigo ao show) não quis gastar mais que R$ 300,00 (+ 50 pila de "taxinhas básicas" pra nós estúpidos brasileiros) no evento por conta do "ratinho" que tinha acabado de chegar.. rss.. tudo bem! Compramos no setor C, mais ou menos no meio do gramado do (Fantástico) Estádio do Morumbi (casa de meu querido TRIcolor). O problema é que quando chegou a véspera do show, fui informado que meu camarada não iria mais, devido a um problema de saúde de sua esposa. Putz!!! Paciência né?!! Vou sozinho ué, fazer o quê?!
O voo pra SP saiu na hora e chegou na hora (apesar da turbulência durante o voo que me deixou com a cabeça ruim o resto do dia) em Congonhas. O hotel (Formule 1) em frente ao Shopping Morumbi tinha um quarto à lá "célula de sobrevivência" para viagens interplanetárias.. de tão minúsculo que era! Ainda bem que as corridas das últimas semanas me ajudaram a perder um pouco da barriga, senão eu teria ficado entalado no quarto do hotel. rsss..
Ainda no aeroporto, conheci o Vitor, estudante de arquitetura (coincidências da vida) da UEM e também guitarrista de blues. Fomos juntos para o show. Pegamos um ônibus em frente ao hotel que nos deixou na frente do Estádio. Noooossssssaaaaaaaaaa!!!! Show de bola o Estádio!!! Enorme!!! o sr. Villanova Artigas (Arquiteto que fez o Morumbi) era foda mesmo!.. Bom, o Vitor foi na bilheteria pegar o seu ingresso já comprado e eu fui na bilheteria tentar vender o ingresso do Ratão pra ver se recuperava um pouco do preju do coitado. Em vão. Fiquei cerca de duas horas por alí e só um cambista me abordou pra me oferecer um ingresso (por 900 paus! num setor a frente do meu) e eu disse pra ele que também tinha um pra vender... pois o cara sacou duas notas desbotadas de 50 pila e me ofereceu no ingresso. 900 contra 100 reais??? Dois pesos, duas medidas né?! Muito esperto o belezão! "Hã!? rss.. Obrigado amigo!" - disse eu pra ele. Mas no fim acabei entrando com o ingresso do Rato no bolso porque realmente não consegui vendê-lo. Uma pena.
Fantástico mesmo aquele estádio hein! (Não canso de dizer isso!) Não é à toa que alguns jogadores tremem na base quando vão jogar com casa cheia... o lugar é muito grande e ver aquele mundo de gente (tinha umas 50 mil pessoas no show) olhando pra vc não deve ser fácil. Armaram uns quiosques pra vender os produtos oficiais (caros pra caramba! Pra variar..) e notei que o pessoal confeccionou as camisetas do Clapton com guitarras que não tinham nada a ver com a que ele usa!!! Oxe?!?!?!?!?! Povo burro da porra!!! A única camiseta que eu vi que ainda se salvava era uma que enquadrava uma Gibson ES-335 que ele usava na época do Cream, em 1967. As demais camisetas apresentavam guitarras Gibson Les Paul. Ué???!!! De onde tiraram essa guitarra?! A única camiseta que eu vi que tinha uma Stratocaster, cometeu a grave gafe de apresentá-la com dois captadores duplos. Isso é uma ofença para os amantes da Fender Stratocaster e do som genuinamente blueseiro dos seus single-coils. Bom, pequenos deslizes à parte, os setores eram cuidados por seguranças e só entravam as pessoas com a fita (amarrada no braço) na cor certa. Cheio de cadeiras, todo mundo foi obrigado a ver o show sentado. Realmente era pra admirar e ouvir o som e não pra arrastar o pé ou pular que nem saci. Era pra contemplação e deleite dos fãs de Clapton e do bom e velho Blues. Arrumei um lugarzinho entre o centro do gramado e a lateral esquerda (pra quem não sabe, sentando do lado esquerdo de um guitarrista destro, vc sempre verá sua guitarra de frente) na primeira fileira do meu setor. Filé! Ao meu lado sentou um camarada paulistano e seu filho adolescente, eram o Azarias e o Bruno, gente muito boa e, assim como eu, amantes do blues.
Por volta das 19:30hs sobe ao palco um camaradinha que eu nunca havia visto na vida: Gary Clark Jr. Um negro do Texas que me surpreendeu com sua música. Tocando uma Epiphone Cassino amarela ligada num fuzz rasgado e barulhento, ele tocou só seis músicas, duas mais lentas e quatro mais animadas, alternando riffs e solos interessantes. Era legal de ver no telão o efeito visual que a fina garoa (clássica da capital paulista) dava sob a iluminação do palco. Tocando com um baixista, um batera e mais um guitarrista, o cara fez um som bem bacana e esquentou a gélida noite paulistana que esperava o "god of guitar".
Britanicamente às 20:59hs apagam-se as luzes do Estádio e entra no palco um senhor de 66 anos de idade com uma camisa jeans de manga longa, óculos e a barba por fazer, recebe nas mãos uma Fender Stratocaster azul calcinha com braço maple e começa a brincar com ela pra testar o instrumento. rssss.. ele literalmente "brinca" com o instrumento. A galera ainda está atordoada com a presença tão próxima daquele cara que é uma lenda viva da música, que se encanta só com ele brincando com a guitarra no palco. Mas ele já está acostumado, solta um "Good Evening" e emenda "This show is dedicated to Felipe Massa" (os caras são amigos! Depois fiquei sabendo que o Felipe ganhou uma guitarra do Clapton. É mole?! Putz!!! Que inveja do caralho!!!). Tendo dito isto ele já entra com um acorde em Lá, introduzindo "Key To The Highway" (Me arrepiei só de lembrar) e a galera enlouquece. Nossa! Eu nem acreditava. Na terceira música, "Old Love", Eric Clapton mostrou porque é simplesmente um dos melhores e maiores guitarristas de todos os tempos.. o cara fez um solo antológico que deixou todo mundo (especialmente eu) com as pernas moles. Foi simplesmente espetacular!!! Só algo estupidamente maravilhoso consegue te deixar três minutos ininterruptos arrepiado dos pés à cabeça. E estava tudo muito bom: o som perfeito, dava pra enxegar muito bem, todo mundo sentadinho e comportado (levantando só quando a música acabava pra aplaudir), o telão era ótimo, o timbre da guitarra era fantástico, assim como os demais músicos da banda (as backing vocals, Michelle John e Sharon White; o fantástico contrabaixista Willie Week; os incríveis tecladistas Tim Carmon e Chris Stanton; e o grande baterista Steve Gadd.. só a nata né!?).. enfim, foi um show que contarei com muito orgulho para os meu amigos e para os meus filhos e netos (caso os tenha.. rss..). Depois de vários momentos que me fizeram esquecer onde eu estava (em SP, dentro do Estádio do Morumbi, sentado no meio do gramado com mais 50 mil pessoas), só quem me fazia lembrar de vez em quando era a brisa gelada que soprava. Daí, com alguns "thank you" e muito solos depois, ele finalizou o show com "Cocaine", tendo deixado para o público a pronúncia da última palavra da música, emendando outro "thank you" e saindo do palco ovacionado.
Depois de alguns instantes, a banda toda retorna para uma última música, um bis, e junto com Clapton vem também Gary Clark Jr. para participar da "brincadeira". Durante o solo do meio da música, Gary não mostrou praticamente nada do que tinha feito no show de abertura, sendo bem mais tranquilo e acanhado no seu solo. No final da música, Clapton se aproximou de Gary pros dois tocarem juntos e... mas... aiaiai... o cara simplesmente travou!!! rsss.. ele não respondeu aos fraseados de guitarra de Clapton e, mesmo na insistência, não obteve uma resposta instrumental de Clark Jr, fazendo com que Clapton abrisse um sorriso e finalizasse a música sem dividir os louros da vitória. Ééééé.. mesmo o cara sendo um profissional já com alguma reputação, não são só os meros mortais que amarelam frente a uma situação onde vc é posto em xeque.. como neste caso de dividir o palco e a guitarra com ninguém menos que Eric Clapton na frente de 50 mil pessoas. Mas valeu! Tudo valeu muito a pena.. cada instante!
Se um dia eu tiver outra oportunidade de ver esse senhor com sua guitarra azul calcinha, eu só quero estar um pouco mais perto do palco. No mais, não quero que nada seja diferente do que foi... simplesmente ESPETACULAR!!!

Long live to the god of guitar!!!
Long live to the blues and to the rock n' roll!!!

Valeu!